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Tajiquistão condena tortura de terroristas que atacaram em Moscovo

Moscovo, 12 abr 2024 (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros do Tajiquistão, Sirodzhiddin Mujriddin, condenou hoje a tortura dos terroristas tajiques que alegadamente realizaram o ataque a uma sala de concertos nos arredores de Moscovo que, a 22 de março, matou 145 pessoas.


"Mostrar publicamente imagens da detenção dos alegados autores do ato terrorista com recurso à tortura sob a forma de mutilação corporal é inaceitável", afirmou Mujriddin em Minsk, na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade de Estados Independentes (CEI) pós-soviética.


"O valor das confissões arrancadas desta forma é bem conhecido de todos", acrescentou.


Na altura, os meios de comunicação social russos divulgaram imagens que mostravam os quatro principais suspeitos com sinais claros de violência à chegada ao tribunal.


Um deles numa maca e com um cateter, outro sem uma orelha - foi também divulgado um vídeo da mutilação - e os outros dois com os rostos inchados e feridos.


Na ocasião, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu com um "sem comentários" quando questionado numa conferência de imprensa sobre o mau tratamento dado aos alegados terroristas.


Mujriddin considerou igualmente "inaceitável" a campanha de desinformação lançada na sequência do atentado, que dá uma "imagem negativa" dos tajiques em geral.


"Não se pode permitir que uma atmosfera de ódio, xenofobia e racismo contra cidadãos de países estrangeiros se desenvolva no espaço de informação pós-soviético", afirmou.


O chefe da diplomacia tajique apelou a que a investigação do ataque seja imparcial e justa, de modo a que os autores, cúmplices e organizadores, bem como aqueles que encomendaram este "crime brutal" sejam punidos.


Mujriddin recordou que o seu país, que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com o Afeganistão, tem sido vítima de uma pressão sem precedentes há mais de 30 anos e considerou que a necessidade de melhorar a coordenação antiterrorista na CEI é uma questão atual.


As forças de segurança russas detiveram cerca de 20 pessoas, na sua maioria tajiques, relacionadas com o ataque à Câmara Municipal de Crocus.


Embora o Estado Islâmico tenha reivindicado a autoria do atentado, o Kremlin e as forças de segurança insistem em associar o ato terrorista aos ataques na fronteira ucraniana nos últimos meses, embora não tenham sido apresentadas provas que sustentem esta hipótese.


"A partir de hoje, a Ucrânia [...] tornou-se um Estado abertamente terrorista", afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov.


Na mesma linha, o Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que "a Rússia comporta-se de tal forma na arena internacional que dificilmente poderá ser alvo de um ataque de fundamentalistas islâmicos".


 


JSD //APN


Lusa/Fim