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TikTok, a rede chinesa que soma milhões de utilizadores e polémicas

epa09314824 A man renew his vow to the Communist Party of China in the Memorial of the 1st National Congress of the CPC (Chinese Communist Party), in Shanghai, China, 01 July 2021. China celebrates on 01 July the 100th anniversary of the founding of the ruling Chinese Communist Party.  EPA/ALEX PLAVEVSKI

Paris, 17 mar 2023 (Lusa) – A aplicação TikTok tem somado, ao longo dos últimos anos, milhões de assinantes, mas também muitas polémicas, como a suspeita de ser usada como ferramenta de espionagem e desinformação a favor da China.

Nas últimas semanas, tem estado na mira de vários países, nos Estados Unidos, na União Europeia e no Reino Unido, que querem limitar a sua influência.

A agência francesa de notícias (AFP) fez uma resenha das polémicas em que esta rede tem estado envolvida nos últimos anos.

 

+++ Sob pressão +++

O TikTok foi banido pela primeira vez na Índia em 2020, após confrontos mortais na fronteira do país com a China.

Nesse mesmo ano, a aplicação foi também ameaçada com uma proibição nos Estados Unidos, quando Donald Trump era presidente, que a acusou de fazer espionagem para a China.

Após um artigo do ‘website’ BuzzFeed, a rede social admitiu que os funcionários baseados na China tinham tido acesso a dados dos utilizadores norte-americanos, mas recusou tê-los transmitido ao Partido Comunista Chinês.

Numa tentativa de tranquilizar os utilizadores, a empresa prometeu aos norte-americanos e europeus que irá armazenar os dados no seu território, através de parceiros locais.

Mas o governo norte-americano e a Comissão Europeia, já em 2023, proibiram a utilização do TikTok nos dispositivos de trabalho dos seus funcionários.

Washington está agora a pressionar para conseguir uma proibição mais ampla, fazendo eco de uma ameaça de Donald Trump, em 2020.

Apesar de todas estas medidas, nada travou a ascensão recente do TikTok.

 

+++ Mil milhões de de utilizadores +++

A plataforma tem agora mais de mil milhões de utilizadores ativos em todo o mundo, incluindo 125 milhões na União Europeia.

É a sexta plataforma social mais popular, segundo o último relatório do We Are Social, publicado em janeiro. É, igualmente, a plataforma com crescimento mais rápido, especialmente entre os mais jovens.

Acima de tudo, o TikTok supera todos os seus concorrentes na sua capacidade de atração. Em 2023, os utilizadores do Android utilizaram-no durante uma média de 23 horas e 28 minutos por mês.

Youtube ou Meta (Facebook, Instagram) têm tentado imitar o seu formato de vídeos curtos, em repetição continua, sem muito sucesso até agora.

 

+++ Um algoritmo opaco +++

O TikTok tem sido capaz de atrair muitos ‘influencers’ (influenciadores), graças às possibilidades de edição de vídeo, aos filtros e ao poder do algoritmo. Estes ‘tiktokers’ – os mais conhecidos são Khaby Lame, Charli d’Amelio e Bella Poarch - conseguiram atrair muitas marcas para as suas contas.

Mas o algoritmo do TikTok continua a ser totalmente opaco.

Em janeiro, a revista Forbes revelou que os empregados da aplicação TikTok e Bytedance (a empresa mãe) utilizavam regularmente um botão para aumentar o número de visualizações de determinados conteúdos.

De acordo com o TikTok, que recentemente anunciou uma funcionalidade para explicar porque é proposto um vídeo em detrimento de outro, a promoção manual apenas diz respeito a uma pequena parte das recomendações.

 

+++ Desinformação +++

A aplicação, tal como outras redes sociais, enfrenta o desafio da moderação de conteúdos. E é regularmente acusada de acolher numerosos vídeos de desinformação, desafios perigosos e imagens com conotações sexuais, apesar de proibir a nudez.

Finalmente, a ferramenta NewsGuard, que avalia a credibilidade de notícias, concluiu, em setembro de 2022, que 20% dos vídeos que circulavam no TikTok sobre a invasão russa da Ucrânia, tiroteios escolares nos EUA e vacinas para a covid-19 eram falsos ou enganosos.

A AFP, que faz verificação de factos, é paga pelo TikTok em vários países da Ásia e Oceânia, Europa, Médio Oriente e América Latina de língua espanhola para verificar vídeos que potencialmente contenham informações falsas. Esses vídeos são retirados pelo Tiktok se as equipas da AFP provarem que a informação é falsa.

 

NS // CC

Lusa/fim