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Tribunal ordena à Casa Branca que restaure acesso à agência AP

epa12002092 US President Donald Trump (L), speaks with Karoline Leavitt, White House Press Secretary, during an executive order signing in the Oval Office at the White House in Washington, DC, USA, 31 March 2025. The order directs the Federal Trade Commission to work with the Department of Justice to ensure that competition laws are enforced in the concert and entertainment industry, and pushes state consumer protection authorities on enforcement.  EPA/ALEXANDER DRAGO / POOL

Washington, 09 abr 2025 (Lusa) - Um juiz federal determinou hoje que a Casa Branca restaure o acesso total à agência de notícias Associated Press, que tinha sido suspenso por dois meses.

A AP foi impedida de entrar na Sala Oval e no avião presidencial "Air Force One" em fevereiro, pela sua recusa em cumprir o novo nome do Golfo do México, renomeado "Golfo da América" por uma ordem executiva assinada por Donald Trump.

O juiz concluiu que a exclusão por este motivo era "contrária à Primeira Emenda" da Constituição norte-americana, que garante a liberdade de expressão.

A decisão do juiz distrital norte-americano Trevor McFadden, nomeado por Trump, exige que a Casa Branca devolva o acesso da AP à Sala Oval, ao Air Force One e a outros espaços limitados, sempre que estes espaços sejam disponibilizados a outros jornalistas do grupo de imprensa da Casa Branca.

"Sob a Primeira Emenda, se o Governo abre as suas portas a alguns jornalistas --- seja para a Sala Oval, a Sala Leste ou qualquer outro lugar --- não pode então fechar essas portas a outros jornalistas por causa dos seus pontos de vista. A Constituição não exige menos", escreveu McFadden, citado pelo portal Politico.

McFadden descreveu a discriminação da Casa Branca contra a AP como descarada e disse que mesmo em espaços altamente restritos como a Sala Oval, tal discriminação é proibida para eventos que não sejam entrevistas formais.

Na semana passada as tensões entre a Casa Branca e a associação que representa cerca de 900 jornalistas escalaram novamente, com uma nova tentativa do Governo de Donald Trump de controlar a distribuição do número limitado de lugares na sala de imprensa.

O portal Axios noticiou que a Casa Branca estava a considerar mudar a disposição dos 49 lugares na sala de conferências de imprensa, o que garante aos jornalistas um lugar fixo e a possibilidade de colocar questões aos assessores de imprensa ou ao presidente.

Durante décadas, a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA) foi responsável por determinar a disposição dos lugares, colocando os jornalistas das principais cadeias de televisão, agências de notícias, jornais e estações de rádio nas primeiras filas, enquanto outros órgãos de comunicação social ocupam as últimas filas ou têm acesso aos lugares rotativamente.

De acordo com a Axios, que citou um alto responsável da Casa Branca, o Governo norte-americano já formalizou planos para uma reestruturação dos lugares, o que daria mais presença a influenciadores, 'podcasters' e jornalistas de veículos digitais emergentes como Axios e Punchbowl.

A WHCA tem uma longa tradição de organização independente de logística para jornalistas que cobrem a Casa Branca. Foi fundada em 1914 por jornalistas de vários meios de comunicação social em resposta a um rumor infundado de que um comité do Congresso queria decidir quem poderia comparecer às conferências de imprensa do então presidente Woodrow Wilson (1913-1921).

Desde o seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump mantém uma relação conflituosa com a imprensa, que por vezes descreve como "inimigos do povo" ou "fake news".

Diogo Caldas