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Desinformação sobre Ucrânia atinge em março valor mais alto dos últimos dois anos

epa12028849 A handout photo made available by the State Emergency Service of Ukraine shows Ukrainian rescuers working at the site of a rocket strike in downtown Sumy, Ukraine, 13 April 2025, amid the ongoing Russian invasion. At least 21 people were killed and 83 injured, including 7 children, after a Russian rocket hit downtown Sumy in the morning, according to a report by the State Emergency Service.  EPA/STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE HANDOUT  HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Lisboa, 15 abr 2025 (Lusa) -- A desinformação sobre a guerra na Ucrânia registou em março o valor mais elevado nos últimos dois anos, representando 16% do total de desinformação detetada pelo Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO).

De acordo com o relatório mensal da EDMO, divulgado hoje, no mês de março, o número de notícias falsas sobre a União Europeia (UE) também aumentou dois pontos percentuais, passando de 7% para 9%.

"O aumento da desinformação sobre estes dois temas seguiu uma trajetória iniciada em fevereiro de 2025, quando uma importante mudança em matéria de política externa por parte da nova administração dos EUA abriu uma segunda frente de interferência na infoesfera da UE", lê-se no relatório.

Dos 1.888 artigos intercetados em março pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 303 (16%) centraram-se na desinformação relacionada com a Ucrânia e 169 (9%) sobre desinformação relacionada com a UE.

Além disso, 123 (7%) eram sobre desinformação referente à imigração, 88 (5%) sobre desinformação relacionada com a Covid-19, seguindo-se a desinformação relacionada com alterações climáticas, com 81 artigos (4%), 21 (1%) referentes ao conflito no Médio Oriente e 20 (1%) sobre desinformação relativa a questões LGBTQ+ e de género.

Segundo a organização, as percentagens de informações falsas sobre estes tópicos constantemente monitorizados permaneceram estáveis ou apresentaram apenas pequenas flutuações.

A percentagem de histórias de desinformação que utilizam conteúdos gerados por inteligência artificial (IA) manteve-se em março, assemelhando-se aos valores de fevereiro, dos 1.888 artigos, 127 abordaram a utilização desta tecnologia na desinformação, representando 6% do total.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo ex-presidente norte-americano Joe Biden para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, garantindo que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.

A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar. A Rússia quer uma Ucrânia “desmilitarizada” e que entregue os territórios que Moscovo afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

 

Paulo Resendes