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Observatório EDMO alerta para amplificação da desinformação russa e ‘russofobia’

epaselect epa09886129 A picture taken during a visit to Mariupol organized by the Russian military shows militias of self-proclaimed DPR unload bread during a distribution of humanitarian aid to local people in Mariupol, Ukraine, 12 April 2022. Some 133,214 people, including two thousand people over the past day, left Mariupol through the gum corridor in the eastern direction, according to the head of the Russian National Defense Control Center. The main battles in the central part of Mariupol are over, said the representative of the people's militia of the self-proclaimed Donetsk People's Republic (DPR). On 24 February Russian troops had entered Ukrainian territory in what the Russian president declared a 'special military operation', resulting in fighting and destruction in the country, a huge flow of refugees, and multiple sanctions against Russia.  EPA/SERGEI ILNITSKY

Lisboa, 01 abr 2022 (Lusa) - O Observatório Europeu de Media Digital (EDMO, na sigla inglesa) alerta para uma amplificação da desinformação da Rússia, no âmbito da guerra com a Ucrânia, e para a 'russofobia", que leva a "infundadas ações discriminatórias contra cidadãos russos".
Esta informação consta do terceiro relatório semanal "Narrativas de desinformação sobre a guerra na Ucrânia" do European Digital Media Observatory (EDMO), relativo ao período de 24 a 31 de março.
O relatório aponta que é de esperar uma "amplificação da desinformação russa", já que foi criada uma rede de contas falsas nas redes sociais desde o início da guerra para "ampliar a disseminação da desinformação do governo russo e autoridades diplomáticas".
O peso deste fenómeno "está a crescer" e está a ser monitorizado pela comunidade de investigadores, adianta.
Outro dos alertas é relativo à desinformação sobre as consequências económicas da guerra.
"As consequências económicas do atual conflito, incluindo no setor de energia e na produção de trigo, estão a afetar fortemente a oferta global da cadeia de fornecimento" e isso "está a tornar-se um alvo fácil de campanhas de desinformação para criar descontentamento na Europa e no ocidente", alerta o EDMO.
Outro dos avisos tem a ver com a desinformação sobre práticas discriminatórias contra cidadãos russos na União Europeia e 'russofobia'.
"A 'russofobia' representa um problema real, especialmente na Europa oriental" e "este sentimento está a ser exagerado em infundadas ações discriminatórias contra cidadãos russos", refere o Observatório Europeu.
"Estamos atualmente a investigar estas tendências e forneceremos análises o mais rápido possível", afirma a entidade, no seu relatório semanal que analisa as últimas tendências sobre a desinformação sobre a guerra na Ucrânia.
O relatório destaca ainda cinco narrativas falsas ('fake news') que circulavam na semana em análise.
Uma delas tem a ver com o questionar a guerra, da sua realidade aos seus motivos, em que foram detetadas desinformações que apontavam que os media estavam a relatar falsamente sobre o conflito ou o foco no laboratório de armas biológicas na Ucrânia.
Outra das narrativas falsas tem a ver com informações não comprovadas sobre luta e rendição, com manobras militares fora do contexto.
Foi ainda detetada desinformação sobre a crise humanitária, onde se referia refugiados ucranianos violentos e exploradores dos países que os acolhem ou de forças armadas que impedem ajuda aos civis ou até sobre menores desacompanhados.
Regista-se também outras duas tendências de desinformação: representação distorcida quer sobre os ucranianos, quer sobre os russos.
No total, 738 análises foram fornecidas pelos parceiros de 'fact-checkning' [verificadores de factos] do EDMO desde 24 de fevereiro e 57 durante a semana desde relatório (de 24 a 31 de março).
Em termos de meios utilizados para transmitir desinformação, 37% eram vídeos, 35% imagens e 28% texto.
O observatório EDMO salienta que "para ter uma compreensão completa da desinformação, o acesso a conjuntos de dados relevantes das plataformas 'online' é fundamental", pois permitirá identificar atores, vetores, ferramentas, tendências e padrões.
Por essa razão, e tendo como foco a guerra na Ucrânia, a 'taskforce' do EDMO para a desinformação na guerra da Ucrânia enviou um pedido às empresas Alphabet, Meta, Pinterest, Snapchat, Telegram, TikTok e Twitter para obter dados, mediante determinados parâmetros, e discriminados por Estado-membro.
"Esperamos receber essas informações" em tempo útil "e considerá-las um processo de 'benchmarking' que esperamos que seja replicado regularmente", afirma o Observatório Europeu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ALU // JNM
Lusa/Fim