A apresentar resultados para:
Ordem
Mais Recentes
Mais Recentes Mais Antigas
Data
Tudo
Na Última Hora Últimas 24 Horas Últimos 7 Dias Último Mês Último Ano Tudo Datas específicas

UE cria centro para combater “ameaças provenientes da desinformação”

epa09780217 High Representative of the European Union for Foreign Affairs and Security Policy Josep Borrell speaks during a press conference on Russia's attack on Ukraine, in Brussels, Belgium, 24 February 2022. A EU special summit was called for 24 February to 'discuss the crisis and further restrictive measures' that 'will impose massive and severe consequences on Russia for its actions'. The Russian president authorized a special military operation in the Ukrainian Donbass region. Russian troops entered Ukraine while the country’s President Volodymyr Zelensky addressed the nation to announce the imposition of martial law.  EPA/KENZO TRIBOUILLARD / POOL

Bruxelas, 07 fev 2023 (Lusa) - O alto-representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) anunciou hoje a criação de um centro para recolher e partilhar "ameaças provenientes da desinformação" para contrariar manipulações da Rússia e outros países.

"Os regimes autoritários tentam criar desinformação e manipulá-la. Criámos instrumentos para detetar e revelar esta manipulação [...], mas não é suficiente e precisamos de ir mais longe", disse Josep Borrell, no início da conferência "Além da Desinformação: Respostas da UE para a Ameaça Estrangeira da Manipulação da Informação", em Bruxelas (Bélgica).

Desde o início da guerra na Ucrânia que o Kremlin "abandonou por completo os factos" e "mobilizou todos os instrumentos para propagar a desinformação" e fazer uma "distorção sistemática da realidade para desviar as atenções da sua invasão", acusou.

"Por isso, quero anunciar que vamos criar um centro de recolha de informação, de recolha de ameaças provenientes da desinformação e manipulação da informação", anunciou o chefe da diplomacia europeia.

Josep Borrell referiu que o centro, que ainda não tem uma data prevista para iniciar funções, vai ter o propósito de agregar "as causas, os incidentes e ameaças, e partilhar conhecimento e experiências" entre os Estados-membros da União Europeia e não só: "Não é apenas na UE, é também em África, na América Latina e na Ásia."

Borrell deixou de parte dos Estados Unidos, um país onde nas duas últimas eleições presidenciais a desinformação para condicionar os eleitores foi uma das principais ameaças.

As delegações da UE em vários pontos do planeta vão ter "especialistas em desinformação" para ajudar os equipas no terreno e os governos locais a combater este flagelo, acrescentou.

Voltando-se para a invasão russa na Ucrânia, o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros acrescentou que o Kremlin criou uma narrativa de que "as Forças Armadas da Ucrânia são apenas unidades paramilitares neonazis a cometer crimes contra a população, incluindo crianças", e que está a tentar fazer valer esta ideia "sob o mote 'parem de matar no Donbass'".

Isto não é novo, completou Borrell, "[Joseph] Goebbels já o tinha inventado" durante a II Guerra Mundial e na opinião de Borrell é isso que Moscovo está a fazer: "Quando alguém está em guerra também tem de esconder à sua população quais são as baixas. Qualquer pessoa a tentar dizer a verdade é imediatamente considerada um ameaça estrangeira."

Combater a estratégia de desinformação da Rússia faz parte do objetivo de "apoiar a Ucrânia por todos os lados".

Borrell anunciou também que conversou com os responsáveis pelo Twitter, inclusive Elon Musk, para aprofundar a "partilha de dados" entre Bruxelas e aquela rede social e pedir "mais transparência e responsabilização" pelas consequências que a propagação de falsas informações pode ter na vida das pessoas.

"A propaganda é uma arma da Rússia", exortou.

AFE //APN

Lusa/Fim