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UE não se deixa intimidar pela Rússia e quer cooperar com EUA e Reino Unido

epa08956635 European Council President Charles Michel during a press conference after a video summit of the European Council members, in Brussels, Belgium, 21 January 2021. EU member countries' heads of states and governments agreed on keeping the intra-EU borders open although restrictions on non-essential travel are an option in order to combat the spread of the pandemic Sars-CoV-2 coronavirus and its variants.  EPA/OLIVIER HOSLET / POOL

Bruxelas, 10 fev 2021 (Lusa) -- O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu hoje que a União Europeia (UE) "não se deixa intimidar" pela Rússia e apelou a uma cooperação maior com Washington e Londres face a Moscovo.

"Quero ser muito claro: nós não nos deixamos intimidar pela Rússia e esperamos que, com os Estados Unidos e com o Reino Unido, possamos coordenar-nos e cooperar de maneira a que sejamos duros, firmes, e a mantermo-nos calmos, para que consigamos defender os nossos interesses", afirmou Charles Michel durante um evento da organização norte-americana Atlantic Council que debateu a relação transatlântica.

Destacando que a UE tem "preocupações sérias" relativamente ao Kremlin, como testemunham as sanções que foram adotadas em 2014 contra a Rússia após a anexação da Crimeia, Charles Michel ilustrou os diferendos recorrendo às palavras que disse terça-feira ao primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, após um encontro entre ambos.

"Tive a oportunidade de reafirmar a posição muito forte e muito unida da UE no que se refere à soberania e à integridade territorial da Ucrânia e da Geórgia", frisou.

O presidente do Conselho Europeu salientou assim que é necessário "manter-se muito comprometido" no quadro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), para mostrar à Rússia uma postura "muito clara" e "muito firme".

Nesse âmbito, abordou a visita do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, a Moscovo entre 04 e 06 de fevereiro, salientando que serviu para "ser muito claro" e mostrar à Rússia que a UE "não aceita o seu comportamento" e que está "muito unida" e tem uma "posição firme" sobre "o que estão a fazer com Navalny".

"Sabemos que a Rússia está a desenvolver atividades hostis, utilizando ameaças híbridas, desinformação e 'fake news', não só ao longo das fronteiras orientais da Europa, mas também a sul da Europa, na Líbia, na Síria", referiu.

Referindo que essas ações desestabilizadoras são "algumas vezes" feitas em sintonia com o governo de Istambul -- e relembrando que a Turquia é "um membro da NATO" -- Charles Michel apelou a que o assunto seja abordado em conjunto com os Estados Unidos.

"É uma questão importante que temos de ter em consideração: estão a tomar iniciativas que não estão necessariamente em linha com o interesse europeu e, na minha opinião, americano", frisou.

As declarações de Charles Michel surgem após a visita de Josep Borrell a Moscovo, que ficou marcada pela expulsão de diplomatas da Alemanha, Polónia e Suécia pelo Kremlin, e que foi qualificada por alguns eurodeputados de "humilhante", tendo estes endereçado uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a pedir a demissão do chefe da diplomacia europeia.

Numa nota publicada no domingo no blogue do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Borrell qualificou a visita de "muito complicada", marcada por uma "conferência de imprensa agressivamente encenada" e pela indicação de que "as autoridades russas não querem aproveitar" a oportunidade para "ter um diálogo construtivo com a UE".

TEYA // EL

Lusa/Fim