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Vaga de indignação após assassínio de jornalista búlgara

Sófia, 07 out (Lusa) -- Uma jornalista búlgara de uma cadeia de televisão local, que recentemente investigava casos relacionados com corrupção, foi morta na sequência de uma brutal agressão que está a suscitar reações de indignação na Europa.


O corpo de Viktoria Marinova, 30 anos, responsável administrativa e apresentadora na TVN, uma cadeia telesisiva local de Ruse (norte), foi descoberto no sábado num parque da cidade, anunciou hoje o procurador regional, Georgy Georgiev.


A jovem mulher foi agredida na cabeça e estrangulada, referiu o Ministério do Interior, precisando que também foi violada.


O inquérito está a examinar todas as pistas, relacionadas com a sua vida pessoal e profissional. A vítima animava uma emissão dedicada às questões da sociedade difundida localmente em Ruse, um grande porto nas margens do Danúbio, junto à fronteira com a Roménia.


No programa de 30 de setembro, difundiu uma entrevista com dois reputados jornalistas de investigação, o búlgaro Dimitar Stoyanov, do site Bivol.bg, e o romeno Attila Biro, que investigavam suspeitas de fraudes nos fundos europeus e que envolveriam empresários e responsáveis políticos.


O cofundador do Bivil.bg, Assen Yordanov, disse à agência noticiosa AFP ter recebido informações credíveis de que os jornalistas do seu site estavam em perigo devido a esta investigação.


"A morte de Viktoria, a forma brutal como foi morta, é uma execução feita para servir de exemplo", acusou.


A última classificação mundial sobre liberdade de imprensa estabelecida pelos Repórteres sem fronteiras (RSF) colocou a Bulgária no 111º lugar entre 180, de longe o pior da União Europeia, e o país é regularmente questionado pela situação de vasta corrupção nos media, que impede a liberdade de informar.


Esta alarmante situação conduziu numerosos observadores a relacionarem hoje a morte da jornalista à sua profissão.


Numerosos profissionais dos media partilharam a sua emoção e cólera nas redes sociais, ao recordarem que foi a terceira jornalista assassinada no espaço de um ano na Europa, após o repórter Jan Kuciak na Eslováquia, em fevereiro, e a jornalista de Malta Daphné Caruana Galizia em outubro de 2017.


A OSCE, os RSF, o Comité para a proteção dos jornalistas (CPJ), sediado em Nova Iorque, ou a Associação dos jornalistas europeus, com sede na Bulgária, foram algumas das organizações que denunciaram com veemência mais este assassinato.


O primeiro-ministro búlgaro, de centro-direita, Boiko Borissov, assegurou entretanto que devido às provas reunidas, o esclarecimento do crime "é apenas uma questão de tempo".



PCR // JPS


Lusa/Fim