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Google News Lab está “constantemente” à procura de novas parcerias com verificadores de factos

epa07152035 A view of Google's offices in New York, New York, USA, 08 November 2018. News reports yesterday indicate that the company may add about 12,000 workers to its staff in the city, which would be a doubling of its current size.  EPA/JUSTIN LANE

Lisboa, 29 mar 2023 (Lusa) - A responsável do Google News Lab para a região EMEA diz que a tecnológica está "constantemente à procura de novas parcerias" com verificadores de factos e que o combate à desinformação e a literacia mediática "andam de mãos dadas".

Isabelle Sonnenfeld, que é 'head' do Google News Lab EMEA [Europa, Médio Oriente e África], falava à Lusa em vésperas do Dia Internacional de Verificação de Factos (Fact Checking Day), que se assinala em 02 de abril.

"Estamos constantemente à procura de novas parcerias com as principais organizações de verificação de factos em todo o mundo e a incorporar as melhores práticas nos nossos produtos" e "levamos muito a sério o nosso compromisso de combater a desinformação em todo o mundo", afirma a responsável, quando questionada sobre o papel da Google neste âmbito.

"A nossa equipa do Google News Initiative apoia jornalistas e organizações de verificação de factos que trabalham para combater a desinformação a nível global" e desde 2018 já investiu "quase 75 milhões de dólares" (69,2 milhões de euros) "em projetos e parcerias para fortalecer a literacia mediática e combater a desinformação em todo o mundo", elenca Isabelle Sonnenfeld.

Como parte desta aposta, "oferecemos parcerias e formação em 70 países para trazer a tecnologia da Google a jornalistas e líderes das redações", prossegue a responsável, referindo que já foram formados "mais de 555.000 jornalistas e estudantes de jornalismo" e realizados 'workshops' sobre "verificação digital a mais de 250.000 jornalistas", prossegue a responsável do Google News Lab para a região da Europa, Médio Oriente e África.

No que respeita a Europa, "proporcionamos formação em verificação digital a mais de 90.000 jornalistas europeus e os nossos cursos 'online' gratuitos para ajudar os jornalistas a encontrar, verificar e a contar histórias foram visitadas mais de 400.000 vezes", diz.

"O nosso trabalho continua em parceria com muitos especialistas em todo o mundo para combater a desinformação e garantir que todos obtêm as respostas e as informações de que precisam com rapidez e precisão", sublinha.

Questionada sobre se a literacia mediática e a verificação de dados são suficientes para combater a desinformação ou deverá haver regulação para as redes sociais, Isabelle Sonnenfeld diz que "o combate à desinformação e os avanços na literacia mediática andam de mãos dadas".

Destaca que a Google apoia "os esforços de literacia digital através da Google.org", tendo já formado "mais de sete milhões de jovens europeus em competências digitais e literacia digital".

Em Portugal, a Google formou 2.500 jornalistas e estudantes de comunicação e investiu oito milhões de euros para apoiar 32 projetos de media portugueses.

"Planeamos continuar a apoiar a inovação nos media na Europa", assegura.

Além dos programas de literacia mediática e de formação de jornalistas, "também temos um histórico de investimento em funcionalidades de produtos que ajudam as pessoas no desenvolvimento de competências" de literacia de informação e mediática 'online'.

"Antes do Dia Internacional da Verificação de Factos, estamos a disponibilizar novas experiências na pesquisa Google para ajudar as pessoas em toda a Europa a compreender as informações 'online' nesses momentos importantes", salienta.

Uma ferramenta "que considero particularmente útil é a funcionalidade 'Acerca deste Resultado' na pesquisa Google que proporciona um contexto importante sobre um resultado antes de se visitar a página 'web', incluindo uma descrição do 'website', quando foi indexado pela primeira vez e o que outras pessoas dizem sobre o 'website' e o tema", exemplifica.

"Também destacamos artigos relevantes com verificação de factos de organizações independentes nos resultados da Pesquisa, de Notícias e Imagens do Google para garantir que os utilizadores obtêm o contexto completo quando pesquisam", adianta.

"Na minha função na Google, tenho a oportunidade de trabalhar diretamente com jornalistas e com especialistas em desinformação na Europa, Médio Oriente e África para chegarmos a novas ideias e encontrarmos soluções em conjunto" e "levamos muito a sério o nosso papel de ajudar a combater a desinformação e investimos continuamente em produtos, programas e parcerias para ajudar as pessoas a terem acesso a informações de alta qualidade. Este trabalho continua, evolui e adapta-se a este desafio multidimensional", salientou a responsável.

A Google tem trabalhado "com verificadores de factos e organizações especializadas para encontrarmos soluções para combater a desinformação", salienta, referindo que diariamente traz "à superfície" verificações de factos independentes seis milhões de vezes.

"Uma organização sozinha não consegue resolver a disseminação da desinformação e por isso a colaboração é fundamental para desenvolver soluções inovadoras tanto para combater a desinformação como promover a literacia mediática", defende.

Em 2022, a Google e o Youtube anunciaram um financiamento de 13,2 milhões de dólares (12,1 milhões de euros) à Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN) na instituição sem fins lucrativos Poynter "para o lançamento de um novo Fundo Global de Verificação de Factos para apoiar a sua rede de 135 organizações de verificação de factos em 65 países", abrangendo mas de 80 línguas.

"Baseado no nosso trabalho anterior para lidar com a desinformação, este é o maior subsídio da Google e do YouTube para a verificação de factos permitindo ajudar os verificadores de factos no dimensionamento das operações existentes ou no lançamento de novas que elevem as informações, reforcem as fontes confiáveis e reduzam os malefícios da desinformação em todo o mundo", salienta.

Na Europa, a Google disponibilizou um total de 25 milhões de euros para o primeiro Fundo Europeu para os Media e Informação.

"O nosso compromisso a cinco anos irá apoiar European University Institute, o Observatório Europeu dos Media Digitais e a Fundação Calouste Gulbenkian no financiamento de organizações que procuram enfrentar alguns dos desafios mais importantes como, por exemplo, ajudar adultos e jovens a melhorarem as suas competências de literacia mediática ou no apoio ao dimensionamento do trabalho crítico dos verificadores de factos", refere, sendo que, "até agora, foram financiados 40 projetos em toda a Europa".

Também no ano passado, "começamos uma parceria com o Lviv Media Fórum, e no início do ano com a Thomson Foundation para disponibilizar um programa de formação dividido em quatro partes para organizações de notícias ucranianas sobre como envolver o público da diáspora e combater a desinformação, entre outros tópicos". Estas conclusões foram publicadas num manual e "distribuídas gratuitamente pela rede da indústria de notícias ucraniana".

Na Alemanha, "expandimos a nossa parceria de verificação de factos de longa data Faktencheck23 com a agência de notícias alemã".

Desde 2021, "mais de 1.300 jornalistas de mais de 100 redações alemãs participaram na formação e juntaram-se a uma comunidade vibrante de verificação de factos", conclui.

ALU // CSJ

Lusa/Fim