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O que é o projeto «Combate às fake news»/«Contra Fake»

 

 

O site «Combate às Fake News» foi inicialmente concebido pela Lusa para servir de suporte à realização de duas conferências sobre manipulação e desinformação, em Lisboa e Madrid, uma iniciativa conjunta com a agência de notícias espanhola Efe.

Hoje é parte integrante e principal suporte de um projeto mais abrangente, desenhado em 2019 e candidatado a financiamento de fundos comunitários, ao abrigo do programa Portugal2020. Esta candidatura, que foi aprovada e pôde avançar no início de 2020, está a ser desenvolvida por uma equipa constituída pela Lusa (líder e beneficiária do projeto), pelo Inesc-ID, do Instituto Superior Técnico, pelo CNCS – Centro Nacional de Cibersegurança e pela in:know, tecnológica portuguesa sedeada em Lisboa. O projeto, candidatado com o mesmo nome do site, «Combate às Fake News», dá hoje pelo nome «ContraFake», para se distinguir do site.

«Contrafake» é assim um projeto de agregação de informação e desenvolvimento de recursos computacionais e ferramentas tecnológicas, baseadas em inteligência artificial, para proteção e apoio aos profissionais de comunicação, cidadãos e instituições contra ações de desinformação veiculadas através das redes sociais e de outras fontes de informação digital.

 

Os seis pontos do projeto «Contra Fake»:

 

1.Desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial (IA) inspiradas no princípio de “informação nutricional” dos textos, que permitam agilizar e semi automatizar os processos de deteção de notícias falsas («fake news») e de verificação de factos («fact checking») em língua portuguesa:

a) Computação do grau de credibilidade da notícia através da análise das fontes em que a mesma se encontra;

b) Computação do grau de verificabilidade da notícia (Checkability) a partir de fatores como o grau de opinião, análise de sentimento, qualidade e quantidade de informação, e utilizando ferramentas de processamento de língua natural e computação inteligente;

c)Um sistema inteligente que, com recurso a bases de dados internacionais de notícias falsas e através de técnicas de recuperação de informação («information retrieval») para análise de similaridade textual e representações contextuais de palavras, permita determinar a probabilidade de se tratar de uma mesma história falsa transposta para um novo contexto;

d) Um sistema que automaticamente procure na World Wide Web (WWW) páginas com informação relevante para ajudar na verificação dos factos da notícia em questão;

 

2. Desenvolvimento de um “plugin”, ou solução equivalente, para incorporar num browser, que, a partir dos métodos acima descritos, permita qualificar e atribuir graus de confiança a notícias e aos sites de informação que as promovem.

 

3.Desenvolvimento de ferramentas de IA de:

a) análise de contexto, numa lógica de realidade aumentada e de assuntos relacionados, para enquadrar fenómenos de manipulação de informação e de ciberataque – ou dos dois em simultâneo;

b) análise da autenticidade de informação, numa lógica de análise formal, de contexto e semântica dos conteúdos e suportes digitais;

c) identificação precoce de processos “virais” de interesse, sobre temas ou notícias, com recurso a ciência de dados.

 

4. Integração destas ferramentas no site aberto denominado «Lusa - Combate às fake news», que agrega informação noticiosa produzida pelos jornalistas da Lusa, sobre o fenómeno da desinformação e sobre matérias que lhe estão associadas, e por entidades institucionais, academia e «think tanks», para que sirva também os cidadãos e as instituições com:

a) conteúdos de natureza formativa e preventiva;

b) agregação de/acesso a sítios e conteúdos de diferentes fontes, de media e outros, que se preocupam com a denúncia de informação manipulada;

c) agregação de/acesso a ferramentas digitais já existentes que ajudam a esclarecer dúvidas sobre a legitimidade e veracidade da informação que lhes chega ou a que acedem;

 

5. Criação, em parceria com o CNCS, de um manual em suporte digital (conjunto de vídeos) e de um curso 'online' denominados «Cidadão Ciberinformado», concebidos numa lógica de disponibilização de informação útil e de fácil compreensão que ajude a população a precaver-se de ataques cibernéticos e atos fraudulentos, a identificar dados falsos e/ou informação manipulada e a defender-se de ações de desinformação. » Conteúdos já disponíveis em https://lms.nau.edu.pt/courses/course-v1:CNCS+CCI101+2020_T2/about.

 

6. Realização de uma grande conferência anual sobre «Combate às ‘fake news’ e Democracia» (duas no decurso do projeto, no início de 2021 e no início de 2022), que tem como objetivo manter esta temática no centro do debate público.