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Redes sociais e influenciadores podem ajudar a combater desinformação

epa06631611 A slow shutter speed picture shows Malaysian man (C) walking through the streets while using his phone in Kuala Lumpur, Malaysia, 27 March 2018. The Malaysian government on the 26 March tabled a bill in parliament outlawing 'fake news'. Under the new bill, people distributing 'fake news' will face hefty sentences of up to 10 years in jail. Concern was raised by media freedom organizations that fear the new law could be used to silence journalists reporting on political issues.  EPA/FAZRY ISMAIL

Lisboa, 27 mar 2025 (Lisboa) - Especialistas em verificação de factos e literacia mediática consideram que as redes sociais e os influenciadores digitais desempenham um importante papel na difusão da desinformação, mas também podem ajudar a combatê-la.

Na conferência "Desinformação Vs. Liberdade de Expressão" desenvolvida pelo Iberifier, a professora da Universidade de Navarra Charo Sádaba disse que "os 'influencers' devem estar conscientes da responsabilidade que têm em mãos" em matéria de desinformação.

A professora referiu que a facilidade das redes sociais faz com que as pessoas procurem informação através destas plataformas porque "custa menos intelectualmente", até porque estar informado requer tempo, dinheiro e boas fontes de informação.

O diretor de operações do jornal português de 'fact-checking' Polígrafo, Filipe Pardal, afirmou que, além da facilidade das redes sociais, é necessário ter em conta a "gratificação que os jovens procuram" e que as redes sociais podem dar, nomeadamente através da interação que os influenciadores estabelecem com o público, dizendo que utilizam "uma forma de comunicação eficaz".

Sergio Hernadez, representante da EFE Verifica, por sua vez defendeu que uma das formas para combater a desinformação nas redes sociais é através de parcerias com os influenciadores digitais. "Pode-se estabelecer parcerias com os 'influencers'. Há 'influencers' que podem ser parte da solução para transmitir informação de qualidade para uma geração mais jovem", disse.

Além disso, o representante da EFE Verifica referiu a literacia mediática como importante para fomentar um pensamento crítico na sociedade, gerando mais resiliência em todos os grupos da sociedade.

Já Filipe Pardal mencionou que além dos projetos nas escolas é também essencial uma formação ao longo da vida, "num ambiente digital que muda a toda a hora, essa formação contínua é cada vez mais importante. A escola é a base de tudo, mas tem de se olhar além da escola", disse.

À agência Lusa, o diretor do Polígrafo disse também que, numa perspetiva pessoal, "está cada vez mais difícil distinguir o que é jornalismo, o que é notícia, do que são opiniões [...]. Obviamente que os canais não estão a difundir desinformação, mas as pessoas são desinformadas porque não têm tempo para perceber que se está a falar opinião e não de jornalismo."

O professor da Universidade Ramon Llull de Barcelona Jaume Suau Martinez abriu a conferência e destacou que o "objetivo das campanhas de desinformação é atingir a sociedade em geral", questionando-se sobre o efeito da desinformação.

O professor disse ainda que "não se pode deixar que a liberdade de expressão deixe a porta aberta para a desinformação e intolerância".

A conferência "Desinformação Vs. Liberdade de Expressão" decorre hoje no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE -IUL), em Lisboa, e conta com diversos convidados nacionais e internacionais para debater temas como a inteligência artificial (IA), o papel dos algoritmos ou a literacia mediática.

Paulo Resendes