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Associação portuguesa promove literacia para os media e jornalismo em Cabo Verde

Jornais portugueses, 17 de junho de 2025 em Lisboa. TIAGO PETINGA/LUSA

Praia, 18 nov 2025 (Lusa) – A Associação Literacia para os Media e Jornalismo (ALPMJ) está a promover o tema além-fronteiras e começou a preparar jornalistas, professores e investigadores em Cabo Verde, disse, Sofia Branco, presidente da organização.

A “experiência piloto” decorreu na cidade do Mindelo, na última semana, onde a associação sem fins lucrativos organizou um seminário de dois dias que reuniu 12 profissionais para debater literacia e jornalismo.

O seminário serviu para “desinquietar, provocar a discussão”, reafirmar “a defesa do jornalismo e a sua importância para a democracia” e deixar a cada participante um “guião comum, flexível e adaptável ao que cada um quiser fazer e a cada público”, disse a presidente da ALPMJ e jornalista da Lusa.

“Nós já fizemos sessões de literacia, em Portugal, com miúdos de primeiro ano [de escolaridade], com idosos analfabetos de 90 anos e estamos absolutamente convictos de que é possível explicar o que é o jornalismo a qualquer pessoa”, referiu. Em Portugal as sessões nas escolas são populares e foram esses apelos aos jornalistas que estiveram na génese da associação, e  Sofia Branco espera que agora o mesmo aconteça nas ilhas, crescendo depois para “vários públicos e de diferentes maneiras”.

A associação candidatou a continuidade em Cabo Verde a apoios do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (Cooperação Portuguesa) e aguarda resposta para que possa haver novas sessões, de maneira que as sementes agora lançadas ajudem a criar uma “bolsa de formadores, com profissionais de diferentes perfis (…), capacitada para fazer as formações” de forma autónoma.

A experiência da ALPMJ em Portugal pode inspirar, mas o arquipélago precisa das suas próprias soluções de literacia mediática, frisou: “por exemplo, o contexto de proximidade, em Cabo Verde, é uma coisa muito relevante”.

Por outro lado, a líder da associação entende que “o nível reputacional dos jornalistas em Cabo Verde é muito superior ao de Portugal e isso é uma ótima notícia”, ou seja, uma “janela de oportunidade” para abordar o tema.

“Cabo Verde poderá funcionar como exemplo” para o trabalho da associação chegar a Moçambique, Angola, “todos os países de língua oficial portuguesa”.

Segundo Sofia Branco, seria importante “perceber como a desinformação se aproveita deste enorme universo falante português, quais são as suas especificidades, em que é que podemos beneficiar” de competências partilhadas.

Em especial, os jornalistas “têm de se empenhar nisto”.

“Não nos podemos abster de participar nesta construção acerca do caminho para a verdade, da importância dos factos, de ouvir todas as partes e de fazer o contraditório, de não acreditar na primeira coisa que nos aparece”, concluiu.

Desde 2020, a ALPMJ já formou cerca de 500 professores e apoiou mais de 100 projetos de literacia mediática nas escolas, envolvendo cerca de 8.000 alunos, contando com uma bolsa de 203 formadores, jornalistas, investigadores e académicos.

 

Luís Fonseca