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Exclusão digital é “nova face da desigualdade”, alerta Guterres

epa08964975 A still image obtained from a live video feed by the World Economic Forum (WEF) shows Secretary-General of the United Nations Antonio Guterres as he delivers Special Address during a virtual meeting of the World Economic Forum, 25 January 2021. The World Economic Forum (WEF) was scheduled to take place in Davos. Due to the Coronavirus outbreak, it will be held online in a digital format from January, 25-29.  EPA/PASCAL BITZ / WEF HANDOUT MANDATORY CREDIT / HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Lisboa, 01 jun 2021 (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou hoje que a exclusão digital está a tornar-se "a nova face da desigualdade", pelo que a recuperação da pandemia deve incluir "ações urgentes" para a eliminar.

Constatando que a pandemia de covid-19 aumentou a "dependência" das tecnologias digitais e evidenciou a "divisão entre os que têm e os que não têm", Guterres apelou para que a recuperação da crise económica inclua "ações urgentes para eliminar a exclusão digital, que está rapidamente a tornar-se a nova face da desigualdade".

O responsável, que falava através de uma mensagem gravada na cerimónia inaugural do cabo 'EllaLink' a partir de Sines, sublinhou que as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas só serão alcançadas aproveitando "o potencial das tecnologias digitais para capacitar todos, em todos os lugares".

"Mas mesmo enquanto nos esforçamos para colocar biliões [de pessoas] 'online', enfrentamos novos desafios para manter as pessoas seguras e protegidas", advertiu.

Entre esses desafios, o secretário-geral das Nações Unidas destacou os "ataques cibernéticos", que "estão a aumentar", e o "potencial" do espaço 'online' em tornar-se um "novo centro de operações entre as potências globais".

António Guterres apontou também o "controlo extraordinário" que as empresas tecnológicas exercem e que "afeta profundamente a vida das pessoas", bem como os riscos da inteligência artificial e outras tecnologias, que podem permitir "assédio, vigilância e violações dos direitos humanos" e acelerar "a disseminação da desinformação e do discurso de ódio".

Nesse sentido, o responsável frisou que "o futuro digital requer maior orientação global, não menos".

"Neste momento de crescente fragmentação 'online', as pessoas querem uma abordagem responsável e cuidadosa para a governação digital, que acelere o crescimento da inovação, proteja os utilizadores e o meio ambiente e reforce a solidariedade entre os povos", disse.

O secretário-geral da ONU garantiu estar "totalmente comprometido" em trabalhar com todas as partes interessadas para criar "novas formas de entendimento e propósito comum", com base no roteiro para a cooperação digital.

"A Assembleia Digital e a Declaração de Lisboa têm passos significativos para apoiar esta visão. Conto com a União Europeia [UE] para ajudar a mostrar o caminho. Juntos, podemos construir um futuro digital aberto, gratuito e seguro para todos", concluiu.

 

Joana Gomes