Congresso Literacia, Media e Cidadania regressa para debater transição digital e políticas públicas
Lisboa, 20 abr 2023 (Lusa) – A sexta edição do Congresso Literacia, Media e Cidadania regressa na sexta-feira e no sábado, depois de uma paragem por causa da pandemia, para debater o tema “Transição Digital e Políticas Públicas” e espera cerca de 300 pessoas.
Em declarações por escrito à Lusa, Fernanda Bonacho, coordenadora do Curso de Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social, disse que a estrutura base do congresso, a realizar em Lisboa e cuja primeira edição decorreu em Braga, em 2011, se mantém.
“A agenda da literacia mediática tem história a nível internacional e também nacional”, destacou, indicando que “abarca preocupações importantes sobre a vulnerabilidade de alguns utilizadores face à literacia digital e informacional, e aponta a necessidade de ampliar competências mediáticas essenciais”.
“Nesta VI edição do congresso, sobre a temática da transição digital e políticas públicas, gostaríamos de discutir as soluções e propostas trazidas para a literacia mediática e de perceber se facilitam ou tornam mais difícil a posição do público”, referiu.
Fernanda Bonacho indicou ainda que as conferências das peritas convidadas e as quatro sessões plenárias do congresso “pretendem estimular, precisamente, uma reflexão sobre os novos paradigmas da literacia mediática, proporcionar uma oportunidade para pensar o seu papel no combate à desinformação e às ‘infodemias’”, bem como “criar um espaço para discutir as oportunidades e inquietações trazidas pela transição digital na educação e a relação estabelecida com a Internet pelos cidadãos mais jovens e mais velhos, e debater os desafios que são colocados às políticas públicas”.
Segundo a professora, “a identificação e partilha de boas práticas nas comunicações livres e nos espaços de exposição, pretende dar voz aos próprios investigadores, professores, criadores e intervenientes da área, com a apresentação de novos projetos e de novos recursos de literacia mediática e a exploração de abordagens mais específicas como a dinâmica dos algoritmos, a robotização de mensagens, ou a deteção de manipulações concretas em campanhas de desinformação”.
Para Fernanda Bonacho, “a principal preocupação é que este congresso permita discutir e identificar quais os desafios colocados pela tecnologia à educação para os media, debater a mudança de paradigmas dos modelos de negócio dos media, perceber de que forma pode a literacia contribuir para combater mais e maiores desigualdades trazidas pelo impacto da covid-19 e da guerra, e perceber quais as estratégias atuais, das políticas públicas nacionais e internacionais, para uma estratégia nacional integrada e abrangente para a literacia mediática”.
Por sua vez, Sérgio Gomes da Silva, diretor de serviços de relações internacionais e comunicação da Presidência do Conselho de Ministros (PCM), uma das parceiras desta iniciativa, disse à Lusa que espera que “haja reflexões interessantes e relevantes”, que de alguma forma permitam compreender “o que se passa nas questões da literacia mediática, ou seja, nos conhecimentos e competências que as pessoas têm de ter para minimizar o risco de utilização dos media e também maximizar o potencial”.
Sérgio Gomes da Silva falou ainda das novidades tecnológicas na área e disse que estes media “já não são assim tão novos”, mas é importante “compreender que exigência é que esses desenvolvimentos trazem, também para as políticas públicas”.
"O Governo anunciou que irá lançar um programa nacional de literacia mediática", lembrou, salientando que tem expectativa de perceber "o que irá ser partilhado no congresso" e se "serão abertas novas perspetivas".
O congresso é uma organização do GILM – Grupo Informal sobre Literacia para os Media, que inclui a Agência Lusa, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), a Comissão Nacional da UNESCO (CNU), Conselho Nacional de Educação (CNE), Direção-Geral da Educação (DGE), Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), Observatório da Comunicação (OBERCOM), Rádio e Televisão de Portugal (RTP), Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), Secretária Geral da Presidência do Conselho de Ministros (SGPCM) e Plano Nacional de Leitura.
ALYN // CSJ
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