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UE denuncia notícias falsas sobre pandemia com “fins geopolíticos”

epa08337214 A view of a glass window in the fence of a multi-specialty hospital complex at the Kommunarka settlement in New Moscow, Russia, 01 April 2020. People with symptoms of acute viral respiratory infections will be placed in the hospital in Kommunarka to be diagnosed and treated. The Russian government has approved legal amendments to increase liability for quarantine violators amid the ongoing pandemic of the COVID-19 disease caused by the SARS-CoV-2 coronavirus.  EPA/MAXIM SHIPENKOV

Bruxelas, 01 abr 2020 (Lusa) -- A União Europeia (UE) denunciou hoje a proliferação de notícias falsas relacionadas com a pandemia da covid-19 que visam, através de um "aproveitamento da crise de saúde pública", promover "interesses geopolíticos".

"A desinformação em torno da covid-19 continua a proliferar em todo o mundo, com consequências potencialmente prejudiciais para a saúde pública e para a comunicação em altura de crise", observa numa análise hoje publicada o grupo de trabalho do Serviço Europeu de Ação Externa da UE contra as 'fake news'.

"Na UE e noutros locais, as mensagens falsas coordenadas procuram atingir as minorias, classificando-as como a causa da pandemia, e alimentar a desconfiança na capacidade das instituições democráticas", considera aquele serviço da UE.

Segundo o grupo de trabalho East StratCom, criado em 2015 para combater a desinformação russa, "alguns atores estatais e apoiados pelo Estado procuram aproveitar-se da crise de saúde pública para promover interesses geopolíticos, muitas vezes desafiando diretamente a credibilidade da UE e dos seus parceiros".

Nesta análise, que tem por base factos publicados entre 20 e 27 de março, a equipa East StratCom chegou à conclusão que "as alegações de que a UE se está a desintegrar devido à covid-19 são uma tendência nas redes sociais".

Já nos meios de comunicação pró-Kremlin (a favor do regime russo), como o canal RT ou a agência noticiosa Sputnik, este grupo de trabalho encontrou "artigos que abordam narrativas de conspiração" relativas a todo o mundo, relatando, por exemplo, "'o vírus ter sido criado pelo homem' ou que 'foi espalhado intencionalmente'".

Na análise hoje publicada, quando se assinala o designado Dia das Mentiras, a East StratCom aponta que, no seio da UE, foram detetados "falsos conselhos de saúde" sobre a pandemia, nomeadamente de que "lavar as mãos não ajuda".

Estão também a circular na internet "narrativas contra a UE", nomeadamente que "não está a lidar com a pandemia e que está prestes a entrar em colapso", que "a UE é egoísta e trai os seus próprios valores", que "a Rússia e a China são potências responsáveis" pela covid-19 e ainda que "a UE está a explorar a crise para promover os seus próprios interesses".

Ainda assim, segundo esta equipa, "as evidências mostram que as plataformas 'online' continuam a monitorizar as teorias de desinformação e conspiração relacionadas com a covid-19", como se comprometeram com a Comissão Europeia.

De acordo com a East StratCom, em África, "as campanhas de ódio contra grupos sociais e étnicos estão a tornar-se virais nalguns países".

Já quanto à desinformação vinda da Rússia, o grupo de trabalho fala em mais de 150 casos de notícias falsas desde o início do surto, em final de janeiro passado.

Ainda assim, observa que, nos últimos dias, "os meios de comunicação estatais russos mudaram o seu foco para destacar a preparação da Rússia para enfrentar o surto", dando ainda uma "ampla cobertura" à ajuda russa prestada a Itália, o país da UE mais afetado pela pandemia.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 468.000 infetados e mais de 31.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.

 

Ana Matos Neves