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UE enfrenta campanhas de “difamação” de vacinas orquestradas em Moscovo e Pequim – relatório

epa09149725 Russian policemen block Red Square and Moscow Kremlin in preparation for a possible opposition rally and prevention of riots in Moscow, Russia, 21 April 2021. Unauthorized rallies in support of Alexei Navalny are to be held throughout Russia. Russian opposition leader Alexei Navalny has been transferred from the penal colony No. 2 (IK-2) in Pokrov, Vladimir region, to the regional prison hospital in IK-3 in Vladimir for receiving vitamin therapy. The decision was taken amid Navalny's hunger strike and announced by his team members fearing for his life.  EPA/MAXIM SHIPENKOV

Bruxelas, 28 abr 2021 (Lusa) -- A Rússia e a China envolveram-se em campanhas de "difamação" para minar a confiança nas vacinas anti-covid aprovadas pela União Europeia e promover as suas próprias vacinas, segundo um relatório divulgado hoje por uma unidade da diplomacia europeia.

A "diplomacia da vacina" conduzida por Moscovo e Pequim é "acompanhada de esforços de desinformação e de manipulação visando minar a confiança nas vacinas fabricadas no Ocidente, nas instituições europeias e nas estratégias de vacinação europeias", sustenta o texto da unidade de luta contra a desinformação.

Moscovo e Pequim "utilizam media controlados pelo Estado, redes de media próximos do poder e media sociais, incluindo as contas diplomáticas oficiais nas redes sociais, para atingir aqueles objetivos", denunciam os autores do relatório.

"A conta oficial da Sputnik V (vacina russa contra a covid-19) no Twitter é usada desse modo", precisam.

"Desde o início de 2021, foram adicionados à base de dados EUvsDisinfo mais de 100 novos exemplos de casos de desinformação relativos à vacinação atribuíveis ao Kremlin", indica o relatório.

Estas práticas visam "minar a confiança do público na Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e levantar dúvidas sobre os seus procedimentos e imparcialidade política", afirma.

A EMA aprovou até agora quatro vacinas anti-covid: Pfizer-BioNTech, AstraZeneca, Moderna e Johnson & Johnson.

"Ao instilar desconfiança na Agência Europeia dos Medicamentos, os atores da desinformação visam minar e dividir a abordagem comum europeia para o fornecimento de vacinas", adianta.

No mês passado, a EMA anunciou que ia avaliar a segurança da vacina russa e há duas semanas terá iniciado os testes clínicos da Sputnik V.

Segundo o relatório, os media pró-Kremlin tentam espalhar alegações de que a agência europeia está a adiar o estudo.

A Hungria tornou-se em fevereiro o primeiro país da União a utilizar a Sputnik V e a vacina chinesa Sinopharm, que também não foi aprovada pela EMA.

No início do mês, o ministro da Saúde da Alemanha disse que Berlim planeia conversações com a Rússia sobre uma eventual compra da Sputnik.

A falta de aprovação da EMA deixa qualquer governo mais exposto legalmente em caso de problemas com as vacinas.

O objetivo do relatório é "mostrar o que vemos, evidenciar práticas, documentá-las, para nos protegermos", explicou uma fonte europeia, citada pela agência France Presse.

"Mas não temos um instrumento mágico para as combater", reconheceu.

A fonte considerou que "a UE deve desenvolver instrumentos que imponham um custo a estas práticas de desinformação", mas admitiu ser "mais fácil dizer do que fazer".

 

Paula Almeida