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Desinformação: Da corrupção nas legislativas à imigração nas europeias

epa07604031 Electoral helpers empty a ballot box to count votes of the the European elections in Przemysl, Poland, 26 May 2019. The European Parliament election is being held by member countries of the European Union from 23 to 26 May 2019.  EPA/Darek Delmanowicz POLAND OUT

Lisboa, 29 jun 2024 (Lusa) – A desinformação nas redes sociais mudou das legislativas de março, centrada na corrupção, para a imigração nas europeias de 09 de junho, afirmam os investigadores Gustavo Cardoso e José Moreno, do MediaLab.

“A narrativa da corrupção estava associada à governação do PS. A partir do momento em que o PS deixa de ser governo, a narrativa deixa de ter força”, é a “explicação simples” de Gustavo Cardoso, sociólogo e coordenador do MediaLab, instituto de estudo de ciências da comunicação integrado no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Como “já não há ninguém para tirar o poder, porque aquele que se queria tirar do poder [PS] já lá não está”, era preciso “encontrar uma nova narrativa”.

E aí entrou “uma perspetiva mais nacionalista, mais de extrema-direita” que “não fere” nenhuma das partes com “uma visão mais nacionalista” nas redes sociais - a imigração.

Foi, aliás, um fenómeno transfronteiriço, por exemplo, com a publicação nas redes sociais, em Portugal, pelo Chega, e em Espanha, pelo Vox, da imagem de uma mulher com uma burca.

Não se tratando de desinformação, mas sim de mensagem eleitoral, o Chega divulgou nas suas contas nas redes sociais uma imagem comparando uma mulher com burca e outra sem burca, questionando “Que Europa queres?”.

O cartaz foi publicado nos dois países “no mesmo dia, com o mesmo grafismo, com arranjo gráfico igual, o que significa que é improvável que não houvesse um conhecimento mútuo do cartaz antes de ele ser publicado”, afirmou José Moreno.

Com base nesta experiência, os dois investigadores concluíram que é preciso continuar este tipo de projeto em eleições futuras, disponibilizando-se um número no WhatsApp, como aconteceu com as eleições europeias deste mês, reforçando os meios para divulgar o que é a desinformação.

O MediaLab e a Comissão Nacional de Eleições assinaram um protocolo para o período da campanha das europeias, e a que a Lusa se associou, com o objetivo de detetar e prevenir eventuais notícias falsas até ao dia da votação.

 

Nuno Simas e Luís Meireles