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Discurso de ódio indireto “pode ser mais prejudicial” do que o direto – estudo

Lisboa, 11 mai 2023 (Lusa) - O discurso de ódio indireto (encoberto) "pode ser mais prejudicial que o discurso de ódio direto (ou explícito), pois inibe os mecanismos de reação por parte dos alvos", concluiu o estudo das investigadoras Cláudia Silva e Paula Carvalho.


O artigo científico, denominado "Quando é que os elogios e o humor podem ser considerados discurso de ódio? Uma perspetiva dos grupos-alvo em Portugal", foi publicado recentemente na revista científica "Comunicação e Sociedade".


Trata-se de um estudo qualitativo acerca do discurso de ódio (DO) a partir das três perspetivas de três comunidades minoritárias representativas em Portugal: afrodescendentes, pessoas de etnia Roma (ou cigana) e LGBTQ+.


"A investigação empírica envolveu a realização de três grupos focais, um com cada comunidade, tendo como principal objetivo de investigar o modo como os membros desses grupos percecionam e experienciam o DO no contexto social e geopolítico português", refere o resumo do artigo.


Os resultados "mostram que o DO indireto (ou encoberto) pode ser mais prejudicial que o DO direto (ou explícito), pois inibe os mecanismos de reação por parte dos alvo, o que leva à perpetuação de sistemas de opressão e decadência social", lê-se no artigo.


Além disso, "os dados revelam que as formas encobertas de DO manifestam-se muitas vezes como elogios e humor, sendo comuns no local de trabalho, nos meios de comunicação e no ambiente 'online'", acrescenta.


Ou seja, o elogio e o humor "são estratégias comunicativas, ancoradas em estereótipos positivos ou negativos, que contribuem para a normalização do DO na sociedade portuguesa".


Assim, "esta investigação alerta para a importância de identificar formas encobertas de DO e de desenvolver estratégias eficazes, como contranarrativas, para combatê-las".


O estudo destaca também "a necessidade de conceber sistemas de deteção automática capazes de identificar o DO indireto, dada a sua prevalência nas plataformas digitais".




ALU // CSJ


Lusa/Fim