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Elevada taxa de analfabetismo em Moçambique propicia a desinformação

Nicolau Santos com os jovens jornalistas moçambicanos Ernesto Nhanale (D) e Selma Inocêncio (C) falando das suas experiências

Maputo, 10 jul 2019 (Lusa) - A elevada taxa de analfabetismo em Moçambique é um dos fatores que propicia a desinformação e as 'fake news', considerou hoje Ernesto Nhanale, diretor-executivo do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA).
O analfabetismo atinge quase metade dos 28 milhões de habitantes e esse é um dos fatores que contribuiu para o que Nhanale classificou como "uma sociedade mais emocionada" do que ligada a questões racionais.
Uma sociedade "propícia a falsos argumentos", sublinhou, durante a conferência "Combate às 'fake news' - uma questão democrática", promovida hoje pela agência Lusa em Maputo.
O diretor do MISA aproveitou a ocasião para lembrar que, antes de existir a Internet, já circulavam 'fake news' e, no caso de Moçambique, como no de outros países, há questões de base por resolver.
Ernesto Nhanale referiu-se a um "autoritarismo institucional" que dificulta circuitos de informação, mas também a "um problema de formação, ao nível da escola", numa alusão à formação de base e baixo nível de responsabilização quando algo corre mal.
O analfabetismo predomina e, mesmo entre quem domina o português ou outras línguas, há dificuldades ao nível da literacia digital.
Estes são aspetos para os quais são dirigidas atividades do MISA Moçambique, apontou Nhanale, realçando que a organização mantém um calendário que prevê debates sobre o problema da desinformação, ainda antes do final do ano.
A conferência Combate às Fake News - Uma Questão Democrática é promovida pela Lusa em parceria com o semanário Savana, que celebra 25 anos, e a Universidade Politécnica.
O evento sucede a outro sobre o mesmo tema promovido pela Lusa em fevereiro, em Lisboa.

Luís Fonseca (texto) e António Silva (foto)