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Jornalistas e ‘fact checkers’ alertam para riscos de fim de verificadores na Meta

epa11812286 Meta signage in front of the company's headquarters in Menlo Park, California, USA, 07 January 2025. Meta CEO Mark Zuckerberg announced that the social media company, which owns Facebook and Instagram, would stop working with their extensive third-party fact-checking organizations. Meta has donated one million dollars to US president-elect Trump's inauguration.  EPA/JOHN G. MABANGLO

Bruxelas, 09 jan 2025 (Lusa) - A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) considera que a decisão da Meta, dona do Facebook e Instagram, de acabar com o programa de verificação de dados nos Estados Unidos abre a porta à “desinformação generalizada” e ao “discurso de ódio”.

Já a Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN) alerta que o fim do programa de verificação de factos Meta a nível mundial pode causar "danos reais".

Num comunicado, citado pela agência Efe, a organização disse que o facto de “uma plataforma tão importante” ter tomado uma decisão que “desprivilegia a verdade” também “aumenta a pressão sobre uma comunicação social já sitiada” e “pode corroer ainda mais a confiança do público nas redes sociais e nos meios de comunicação social”.

A FIJ acrescentou que a “primeira mudança” será “o fim da relação entre o Meta e várias organizações de verificação de factos”, cujos contratos valem mais de 100 milhões de dólares (cerca de 97 milhões de euros).

“Os canais noticiosos estabelecidos têm de suportar o custo de reportar notícias verificadas, enquanto as plataformas que lhes retiraram a atenção e as receitas podem vender ‘espuma’ ilimitada, concebida para excitar em vez de informar”, alertou a organização.

Para a FIJ, este facto vem sublinhar a “tacanhez” dos governos de todo o mundo que “não conseguem encontrar formas de apoiar os meios de comunicação social”.

O secretário-geral da organização, Anthony Bellanger, disse que o anúncio do Meta “baseia-se na ideia de que a liberdade de expressão pode ser separada da responsabilidade de ser verdadeiro e é um golpe para o ecossistema global de informação”.

“Por muito imperfeito que seja o ‘fact-checking’ [verificação dos factos], baseia-se no princípio de que há factos que podem ser verificados. É este o ideal que [Mark] Zuckerberg ameaça”, acrescentou.

Para já, a decisão da Meta de substituir a verificação de factos por um mecanismo de notas comunitárias só vai acontecer nos Estados Unidos. Se a empresa o quisesse fazer também na União Europeia, a plataforma teria de apresentar uma avaliação de risco à Comissão Europeia para determinar se está ou não em conformidade com a legislação comunitária sobre serviços digitais.

Bruxelas considera os verificadores acreditados “uma forma eficaz de mitigar os riscos sistémicos”, mas está aberta a aceitar outras opções, desde que sejam igualmente eficazes.

Fontes da UE indicaram que a Meta já enviou a Bruxelas uma avaliação de impacto sobre o que seria a medida se fosse adotada na UE, um documento que a Comissão Europeia está a analisar sem um calendário específico para uma decisão sobre a sua conformidade com as normas europeias.

Rede internacional de verificadores preocupada 

"Se a Meta decidir acabar com o programa a nível mundial, é quase certo que vai causar danos reais", afirmou a Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN) constituída por mais de 130 organizações, incluindo a Agência France Presse.

Entre os mais de 100 países com um programa semelhante, alguns são "altamente vulneráveis à desinformação", acrescentou o organismo com sede em Miami, Estados Unidos. Por enquanto, a decisão da Meta só vai ocorrer nos Estados Unidos.

Se a empresa, liderada pelo magnata norte-americano Mark Zuckergerg, o quisesse fazer também na União Europeia, a plataforma teria de apresentar uma avaliação de risco à Comissão Europeia para determinar se está ou não em conformidade com a legislação comunitária sobre serviços digitais.

Bruxelas considera os verificadores acreditados "uma forma eficaz de mitigar os riscos", mas está aberta a aceitar outras opções, desde que sejam igualmente eficazes.

Fontes da União Europeia indicaram que a Meta já enviou a Bruxelas uma avaliação de impacto caso a medida fosse adotada no bloco europeu, um documento que a Comissão Europeia está a analisar sem ter apresentado um calendário específico.

Alexandra Noronha e Pedro Sousa Pereira