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Líderes europeus alertam que Musk é um perigo para a democracia

epa11688263 Elon Musk, businessman, gestures to the audience during a rally held for former US President and Republican presidential candidate Donald Trump, at Madison Square Garden in New York, New York, USA, 27 October 2024. Trump is facing US Vice President and Democratic presidential candidate Kamala Harris in the upcoming election on 05 November 2024.  EPA/SARAH YENESEL

Bruxelas, 06 jan 2025 (Lusa) – Vários líderes europeus manifestaram hoje críticas ao magnata norte-americano Elon Musk e alertaram que o dono da rede social X representa um perigo para a democracia, ao interferir na política de países como a Alemanha.

Musk, que é também conselheiro do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou o seu apoio à candidata a chanceler do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, para as próximas eleições neste país.

O bilionário, que fará parte da administração Trump, chamou “tolo” ao atual chanceler alemão, Olaf Scholz, e “tirano antidemocrático” ao Presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, entre outros excessos verbais contra os políticos europeus.

A Comissão Europeia (CE) insistiu hoje que Musk tem direito à liberdade de expressão, mas avisou que irá analisar qualquer risco para a democracia face às próximas eleições na Alemanha ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais da UE.

“Existem certos limites, especialmente quando uma plataforma é utilizada ou abusada neste contexto”, sublinhou o porta-voz da comunidade, Thomas Regnier.

O magnata anunciou na sua rede social a realização, na quinta-feira, de uma entrevista em direto com Weidel, que considera ser a única capaz de “salvar a Alemanha”.

O Presidente francês Emmanuel Macron acusou, por sua vez, Musk de “apoiar uma nova internacional reacionária” e de interferir nas eleições de outros países, como a Alemanha.

Macron alertou ainda que as grandes empresas tecnológicas, embora ofereçam novas possibilidades, estão a fazer com que os estados se sintam ameaçados pelo seu crescente poder.

Também o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, manifestou preocupação com os recentes comentários do bilionário da tecnologia Elon Musk sobre a situação política na Alemanha e noutros países.

"Acho preocupante que um homem com um enorme acesso às redes sociais e com grandes recursos económicos se intrometa tão diretamente nos assuntos internos de outros países. Não é assim que deve ser entre democracias e aliados", vincou Støre à televisão pública norueguesa NRK.

O líder do Partido Liberal Alemão (FDP) e ex-ministro das Finanças, Christian Lindner, admirador do bilionário, acusou o dono da X, da Tesla e da Space X, de querer “gerar o caos” e “enfraquecer” o país da Europa Central apoiando a extrema-direita.

Musk atacou ainda políticos britânicos, como o primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer, a quem acusou no X de ser "culpado de crimes terríveis contra o povo britânico" por não investigar "violações em massa" no Reino Unido quando era chefe do Ministério Público.

Também atacou a vice-ministra britânica da proteção e violência contra mulheres e raparigas, Jess Phillips, a quem descreveu como uma "apologista do genocídio por violação" e disse que deveria ser "presa" pela sua rejeição do pedido de um inquérito público sobre gangues.

O primeiro-ministro britânico defendeu hoje Phillips daqueles que “espalham mentiras e desinformação”, numa referência aos ataques verbais de Musk.

"Aqueles que estão a espalhar mentiras e desinformação o mais longe possível não estão interessados nas vítimas", apontou.

Musk questionou ainda o líder do partido britânico de extrema-direita Reform UK, Nigel Farage, destacando que este não está qualificado para continuar no cargo.

Diogo Caldas