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Mais de um quarto dos concelhos em Portugal não tem cobertura noticiosa frequente

Lisboa, 09 dez 2022 (Lusa) - Dos 308 concelhos do país, 78 estão em algum tipo de deserto de notícias, isto é, não possuem meios de comunicação com sede no concelho sobre o qual produzem conteúdo, conclui um estudo da Universidade da Beira Interior.
“Desertos de Notícias Europa 2022: Relatório de Portugal”, feito no âmbito do projeto MediaTrust.Lab, revela que mais de metade dos concelhos no país são ou já estão próximos de se tornarem desertos de notícias, encontrando-se numa situação de alerta em relação à cobertura noticiosa.
Os dados mostram que 54 concelhos (17,5%) estão num deserto total, ou seja, não têm nenhum meio de comunicação que produza notícias, e 24 (7,8%) estão em semi-deserto, portanto, têm um noticiário insatisfatório, sendo os distritos de Beja, Bragança, Évora, Portalegre e Vila Real aqueles que têm a maior parcela de concelhos em algum tipo de deserto de notícias.
De referir ainda que há 88 (28,6%) que se encontram sob ameaça de entrarem no deserto, pois possuem apenas um meio com produção noticiosa regular.
É de notar também que a falta de produção local de notícias afeta mais os concelhos do interior do país, enquanto o distrito de Porto é o único sem nenhum município no deserto, semi-deserto ou mesmo sob ameaça.
Por outro lado, 182 concelhos (59%) não tem jornais impressos a fazer a cobertura noticiosa frequente e 157 não têm nenhum meio digital a cobrir.
Entre os 50 concelhos menos populosos do país, 29 (58%) estão no deserto ou no semi-deserto, enquanto 118 não têm nenhuma rádio a veicular notícias locais.
Portugal é, assim, o primeiro país da Europa a estudar os “desertos de notícias”, seguindo o que tem sido feito nos EUA, desde 2016, e no Brasil, a partir de 2017.

MZGU/JPF // JPF
Lusa/Fim