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Media têm “papel fundamental” no combate às notícias falsas – professora universitária

Lisboa, 10 mai 2017 (Lusa) - Os media têm "um papel fundamental no combate às 'fake news' [notícias falsas]", disse à Lusa a professora auxiliar da Universidade Europeia Patrícia Silveira, que organiza hoje um debate sobre o tema.

Com o tema "À Conversa sobre Fake News", o tema central do debate que a Universidade Europeia promove, em Lisboa, conta com a moderação de Joana Ramalho, professora de Comunicação e Jornalismo da Universidade Europeia e a participação de António Granado, jornalista e professor auxiliar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Paulo Querido, jornalista 'freelancer' e João Sousa, assistente de Investigação no CIES-IUL - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (ESPP).

"Os media têm um papel fundamental no combate às 'fake news'", já que permitem informar os cidadãos, contextualizando-os e permitindo que possam fazer escolhas acertadas, afirmou Patrícia Silveira, que é professora auxiliar na área da Comunicação.

As notícias falsas, que levaram as plataformas Google e Facebook a tomar medidas sobre o assunto, são um "tema que está na atualidade e merece ser objeto de discussão", salientou.

Em 17 de fevereiro, o fundador do Facebook admitiu que a rede social alojava "desinformação e até mesmo conteúdo enganoso" e comprometeu-se a investir mais para oferecer aos utilizadores informação verdadeira, depois da polémica sobre as eleições norte-americanas.

Há dois dias, esta rede social anunciou que tinha apagado dezenas de milhares de contas de utilizadores no Reino Unido antes das eleições legislativas britânicas de 08 de junho, no âmbito de uma campanha contra as notícias falsas divulgadas 'online'.

O gigante tecnológico norte-americano também publicou na imprensa tradicional britânica um anúncio no qual dá conselhos sobre como detetar estas notícias falsas.

Já a Google, desde 07 de abril, disponibiliza a nível global, o marcador de verificação de factos ('fact check') no Google Notícias e no modo notícias da pesquisa Google, com Portugal incluído.

"Este é um tema que toca a todos", considerou a professora universitária, salientando o facto de a tecnologia permitir a proliferação das notícias falsas.

Patrícia Silveira considerou que a comunicação social tem um papel importante nesta matéria e alertou para o facto de as notícias, nomeadamente no mundo digital, serem pouco contextualizada e muitas vezes sensacionalista.

"O cidadão constrói as suas opiniões" com base nos media, recordou, pelo que passa pela comunicação social e pelo meio académico formar os cidadãos na literacia mediática.

"Uma visão distorcida da realidade não permite aos cidadãos fazer escolhas acertadas", alertou, pelo que se estes estiverem mais informados estarão menos permeáveis às notícias falsas.

Recentemente, Patrícia Silveira realizou um estudo junto dos estudantes universitários sobre o consumo de notícias e as notícias falsas.

Embora ainda esteja a proceder à análise, uma das principais conclusões é de que os jovens consideram que os media não escrevem para eles e de que as fontes não credíveis.

"Criticam os media e consideram que estes só se preocupam com o número de cliques" nos 'sites', o que "acaba por ter repercussões até na própria participação cívica" da parte dos jovens, adiantou.

Ou seja, os estudantes universitários têm a perceção de que "os media não estão a fazer o seu papel".

Por isso, a professora considera que há uma "obrigatoriedade dos media em terem espaços informativos mais adequados", os quais "tenham notícias e não comunicação", com mais contextualização.

ALU // SB

Lusa/Fim