ONU quer debate e acordos sobre o uso de dados pessoais na Internet
Nações Unidas, 20 mar (Lusa) - A ONU defendeu hoje a necessidade de impulsionar um grande debate entre Governos, empresas e utilizadores de Internet para chegar a acordos sobre o uso de dados pessoais e ofereceu-se como sede para essas discussões.
Para as Nações Unidas, casos como a rede social Facebook e a companhia Cambridge Analytica demonstraram a importância de todas as partes trabalharem juntas para atingirem entendimentos, uma ideia que tem sido defendida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Este tipo de casos e outros que temos visto são componente essencial porque que o secretário-geral em várias ocasiões apelou a todos os atores (...) a reunir-se reunir e lograr acordos básicos", explicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
Segundo disse Dujarric, o processo deve envolver Governos, empresas tecnológicas, utilizadores e a sociedade civil e as Nações Unidas podem servir como plataforma.
Dujarric deixou claro que a ideia não é a de que a ONU lidere estas conversações, acrescentando que as Nações Unidas "poderiam ser a plataforma adequada para reunir todos os atores" e abordar estes novos "problemas" que todo o mundo enfrenta.
O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas respondia a perguntas dos jornalistas sobre o escândalo revelado no passado fim de semana, que levou à abertura de investigações ao Facebook pelo acesso à informação privada de cerca de 50 milhões de utilizadores por parte de uma empresa de análise de dados.
A empresa, Cambridge Analytica, colaborou com a campanha de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, em 2016, e usou essa informação para desenvolver um programa informático destinado a apurar as decisões dos votantes e influenciá-los.
Na Cambridge Analytica estão o ex-estratega chefe de Trump e o ex-chefe da sua campanha eleitoral em 2016, Steve Bannon, e um destacado contribuinte republicano, Robert Mercer.
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