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Projeto-piloto sobre literacia dos media com investimento de 10 mil euros

Porto, 26 jan 2019  (Lusa) – O ministro da Educação disse em 26 de janeiro que foram investidos 10 mil euros no projeto-piloto para formação de professores sobre Literacia dos Media em 40 agrupamentos escolares e assumiu querer alargar a iniciativa a mais escolas.

"Foi investido 10 mil euros nesta formação inicial e o que nós estamos a trabalhar é para fazermos o alargamento nesta colaboração e cooperação entre Ministério da Educação, Sindicato de Jornalistas e Cenjor para podermos chegar a mais sítios", declarou o ministro da Educação, no Porto, à margem da assinatura do memorando de entendimento sobre Literacia dos media com o Sindicato dos Jornalistas.

O projeto-piloto arrancou hoje com jornalistas e académicos portugueses a começarem a dar formação a professores do 3.º ciclo do Ensino Básico e do Secundário em escolas do Porto, Faro, Évora, Lisboa e Águeda.

Classificada de "histórica" pela presidente da direção do Sindicato de Jornalistas, Sofia Branco, a formação tem o objetivo de ajudar a comunidade escolar a distinguir os conteúdos falsos ('fake news') dos verdadeiros que circulam nos mais variados sítios da Internet, designadamente nas redes sociais, bem como ajudar a desenvolver espírito crítico sobre as notícias e outros conteúdos noticiosos, como imagens, por exemplo.

O projeto-piloto vai dar formação a 100 docentes de 40 agrupamentos do país na primeira fase que se estende até dia 31 de agosto de 2020, segundo se lê no memorando de entendimento.

"O objetivo é frutíferamente podermos crescer e dar um maior corpo a esta nossa estratégia nacional para a Educação e para a cidadania, em especial para os meios e para o consumo dos meios de comunicação social e também para a presença dessa comunicação nas redes sociais", salientou o ministro que realizou hoje uma visita à Escola Básica e Secundária do Cerco, uma das eleitas para receber o projeto-piloto.

Os estudos europeus de 2014 e 2015 indicam que a perceção da credibilidade das notícias é relativamente baixa nos portugueses, mas ainda assim é mais alta do que na generalidade dos europeus, havendo disparidades relativamente à forma como é percecionada a informação nas camadas mais jovens relativamente à generalidade da informação.

Para o ministro é importante aproveitar a curiosidade e o querer aprender dos jovens para se criar uma cidadania mais ativa.

"Ninguém nasce cidadão, as pessoas fazem-se cidadãs e é aqui também que temos de trabalhar na escola nas questões de consumo de informação e na possibilidade de alavancarmos o pensamento crítico em relativamente à informação que nos chega", considerou, referindo que o desafio é também para os jornalistas e para a academia que está a formar novas gerações de jornalistas.

Levar a formação a todos os agrupamentos escolares de Portugal é ainda um "sonho", porque o projeto-piloto tem ainda que ser avaliado, sejam os jornalistas, bem como os professores e o próprio Ministério da Educação, mas também porque são precisos "muito mais jornalistas formados", declarou Sofia Branco.

"Numa altura em que se confunde o que é o jornalismo e o que não é jornalismo, é fundamental que os jornalistas apareçam a dizer o que são e como funcionam", observou Sofia Branco, referindo que uma das coisas que se pretende com o projeto Literacia dos media é "ajudar os professores a fazer com os alunos" e criar "formas criativas para os alunos se interessarem" pela temática.

"Os jornalistas vão ter de dizer como é que funcionam, como é que selecionam a informação e isto significa uma grande exposição e as pessoas têm de estar disponíveis para explicar o segredo e fazer um retrato de como é que trabalham hoje em dia e em que condições é que trabalham", acrescentou a presidente do Sindicato dos Jornalistas.

No memorando de entendimento assinado hoje no Porto entre Ministério da Educação e Sindocato dos Jornalistas considera-se a necessidade de formar, de maneira contínua, docentes e formadores e dotá-los de capacidades adequadas ao panorama mediático atual, lembrando que as pessoas educadas para os media são capazes de fazer escolhas informadas, compreender a natureza dos conteúdos e serviços e tirar partido de toda a gama de oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias das comunicações, estando mais aptas a protegerem-se e a protegerem as suas famílias contra material nocivo ou atentatório".

O programa vai arrancar com os formadores Manuel Pinto/Daniel Catalão, João Figueira/Miguel Midões, António Granado/Sofia Branco, Miguel Crespo/Paulo Barriga, Vitor Tomé/Isabel Nery, e tem o alto patrocínio do Presidente da República.

 

Cecília Malheiro