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Redes sociais são responsáveis pela desinformação em momentos de crise

epa11756316 Several people cross a bridge over Poio Ravine in the town of Paiporta, Valencia, eastern Spain, 04 December 2024. The cleaning works of Poio ravine started on 04 December between the towns of Paiporta and Picanya, after the floods triggered by the DANA (high-altitude isolated depression) weather phenomenon on 29 October.  EPA/BIEL ALINO

Lisboa, 27 fev 2025 (Lusa) - As redes sociais são o principal meio de desinformação em catástrofe e podem influenciar a capacidade de reposta das autoridades, referiu à Lusa a jornalista do Polígrafo Salomé Leal, que representou Portugal numa conferência organizada pelo Iberifier.

A conferência, intitulada "Desinformação em momentos de crise: o caso da DANA [depressão isolada a níveis altos] de Valência", acontecerá hoje e contará também com a presença de jornalistas dos principais 'fact-checkers' ibéricos: Pablo Hernández (Maldita.es), Marc Masip (Verificat.cat/es), Tomás Rudich (www.newtral.es) e Sergio Hernández (EFE Verifica).

No caso de Valência, a jornalista portuguesa salienta que a desinformação chegou a Portugal sobretudo através do TikTok, "porque as redes sociais são o principal veículo de desinformação, pois é fácil, rápido e a partilha quase não implica esforço".

"Quando se trata de uma catástrofe, a desinformação partilhada vem associada a um alerta, como palavras a vermelho e sinais de perigo, porque o intuito é também espalhar o medo", disse a jornalista, mencionando o caso dos incêndios em Portugal onde este tipo de fenómeno é comum.

Para lidar com este tipo de situações, Salomé Leal destaca a literacia mediática como uma forma de saber distinguir o que é verdade do que é falso, sendo que nos casos de catástrofes este trabalho tem de ser feito antes.

"A ideia é fazer um trabalho regular e não esperar pela altura da catástrofe porque se uma pessoa tem a casa prestes a arder ou a ser inundada e recebe uma mensagem no WhatsApp, a prioridade não é verificar se aquilo é verdadeiro", referiu a jornalista.

À agência Lusa, Salomé Leal disse que "esta democratização das redes sociais acabou por criar um meio muito fértil para a desinformação".

Em situações de crise, a jornalista realça que as pessoas devem acreditar nas mensagens com origem em fontes fidedignas, como a proteção civil, defendendo que estas mensagens devem ser mais sóbrias para contratar com as publicações falsas.

"Fazendo um trabalho de literacia mediática ao longo do ano, não há tantos riscos de a sociedade acreditar na desinformação praticada nestes momentos", disse.

Contudo, a jornalista confessou que "será muito difícil acabar com a desinformação na raiz, mesmo ensinando a população a lidar com as 'fake news'. Haverá sempre alguém a criar e a partilhar uma informação falsa", concluiu.

 

Paulo Resendes