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Rússia imita Rede Internacional de Verificação de Factos para ampliar desinformação

epa12349166 A calendar for the year 2026 featuring a portrait of Russian President Vladimir Putin is on display at Moscow International Book Fair (MIBF) at the VDNH Exhibition Centre in Moscow, Russia, 03 September 2025. The Moscow International Book Fair runs from 03 to 07 September 2025.  EPA/MAXIM SHIPENKOV

Bruxelas, 12 set 2025 (Lusa) – A Rússia criou a “Rede Global de Verificação de Factos (GFCN)”, uma entidade financiada pelo Kremlin, que imita a Rede Internacional de Verificação de Factos para conseguir disseminar eficazmente mais desinformação, alerta a organização europeia EUvsDisinfo.

Os mecanismos de verificação de factos são comummente utilizados por jornalistas e investigadores em todo o mundo, sendo essenciais na identificação e no combate da desinformação, bem como no fortalecimento dos regimes democráticos.

Contudo, “os atores de desinformação pró-Rússia tentaram corromper essa ferramenta para os seus próprios fins”, criando ‘sites’ e organizações de falsos verificadores de factos, refere a EUvsDisinfo.

A organização europeia EUvsDinsifo revela a criação da “Rede Global de Verificação de Factos (GFCN)”, uma entidade financiada pelo Kremlin, que pretende imitar, intencionalmente, a Rede Internacional de Verificação de Factos, uma organização legítima administrada pelo Instituto Poynter de Estudos de Media.

Lançado em abril deste ano, o ‘site’ da GFCN é já conhecido por disseminar desinformação, sendo que alguns dos seus administradores responsáveis estão sob sanções da União Europeia (UE), depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A organização russa produz vários tipos de conteúdo, por exemplo sobre desinformação e contas falsas automatizadas em redes sociais ('bots'), mas sempre numa “linha que reflete perfeitamente a justificação de Vladimir Putin”, refere a organização.

Por exemplo, um vídeo publicado em julho no YouTube, intitulado “As principais fontes de notícias falsas”, não cita nenhuma fonte que justifique a informação apresentada, afirmando que a “desinformação visa minar a estabilidade e a soberania do Estado”.

O alerta para a existência desta rede já tinha sido noticiado pela Lusa em abril deste ano, quando uma investigação da plataforma espanhola Maldita concluiu que o objetivo da iniciativa russa “é reunir jornalistas de verificação que compartilham os seus pontos de vista e valores”, o que entra em conflito direto com a metodologia dos verificadores de factos independentes.

A investigação salientou ainda que a rede russa não segue os princípios estabelecidos pela Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN) e a Rede Europeia de Padrões de Verificação de Factos (EFCSN), como a independência editorial e política ou transparência financeira e organizacional.

A EUvsDisinfo é composta por uma equipa de especialistas em desinformação, fazendo parte do serviço diplomático da UE.

Paulo Resendes